29.12.09

O regresso - Parte III (ou lá o que for)

















Pois bem, estou de volta. Vou tentar dizer qualquer coisa sem deixar passar tanto tempo e talvez vá fazendo alguns reports de tascas, casas de pasto, restaurantes, snacks e outros locais com mesas e cadeiras por onde vou passando.
Vou voltar porque tenho descoberto muita coisa boa - restaurantes, comida, produtos, receitas - e acho que é um desperdício não as partilhar.
O punks drink wine esteve parado mas eu não estive de férias. Prova disso é o facto de ter ultrapassado pela primeira vez a barreira dos 70 kg. Sim, é verdade: descobri há pouco tempo, num hotel no Alentejo, onde estive em trabalho, antes de avançar para um jantar de pratos típicos da região. Pesei-me em cuecas e depois fui confirmar ao espelho: 71 kg bem medidinhos.
Mas como nem tudo são notícias confrangedoras aprendi nesse mesmo hotel também a abrir uma garrafa de champanhe com um sabre - um dos dez desejos de vida - e fiz as pazes com os torresmos. É oficial mesmo, podem marcar na agenda: gosto de torresmos. Grito a viva voz...mas depois tenho que me retrair. O normal é gostar, eu é que vivia noutro mundo.
Do mais importante que deixei de escrever aqui, temos: a banhada que foi o almoço de Natal da Michelin, elaborado por Fausto Auroli; a banhada que foi o jantar no Gemelli, durante o Lisboa Restaurant Week; o cabrito de Natal deste ano, o melhor de sempre; a descoberta do Refúgio do Ciclista, no Penedo; a experiência impecável, por duas vezes, no Bull & Bear Lounge (saudades das ameijoas com feijões); a aparição do Jura, destronado o Bushmills velho como whisky preferido; o melhor ano de sardinhas; mais um ano de azeite sem grau; o apuramento do risotto de bacalhau (já não falha); e o regresso ao saborear da fruta da época.
Este primeiro post da terceira série é dedicado ao coq au vin, uma das receitas mais famosas de França. Fiz hoje pela segunda vez e posso dizer que é o meu prato preferido para fazer e um dos top ten para comer. Deixo a receita que tenho andado a seguir, que é a do Larousse Gastronomique e que deu bastante trabalho a encontrar. Ou melhor, não deixo, fica para outra vez. O que interessa é que há muitos truques para a confecção que têm que ser treinados e que fazem toda a diferença. A receita não indica quantidades nem modos de processar algumas coisas. Tipo: Engrosse o molho se for necessário com beurre mainée. Ou passe a cebola até ficar no ponto (qual ponto??). Um desafio, mesmo daqueles que eu gosto.
Hoje ficou melhor, mas ainda longe do que devia ser. Falhas: pontos da carne em fritar, cortes da carne, o flambear e acertar com a entrada dos cogumelos ao início dos trabalhos. O que está conseguido é a dose de vinho a deitar e o tempo de cosedura depois disso. Convém não exagerar. O au vin é só para enganar...

Amanhã: confit de pato com creme de cogumelos - a experiência

2 comentários:

Alexandra Dinis disse...

se queres perder uns kg aprende com a tua comadre!
è uma questão de fechar a boca.
Digo-te já que andar a deambular por tascas e aprender receitas novas não é a melhor forma.
A não ser que só ponhas receitas de saladas.

Helder Gonçalves Pereira disse...

Não percebo a atitude da tua comadre!