Hoje fiquei a saber que há um Festival da Bifana. É em Vendas Novas, e acaba no domingo. Parece que Vendas Novas é a terra das bifanas, havendo mesmo um blog de um local chamado Bifanologia.
O blog não tem piada nenhuma, mas só o facto de haver uma pessoa - o bifanólogo - que se destina a criar um universo em volta deste prato é suficiente para atrair a minha atenção. E foi lá que descobri esta receita:
Ingredientes:
300 grs. de bifanas
3 dentes de alho
sal q.b.pimenta q.b.
um pouco de colorau
2 folhas de louro1 dl de vinho branco
0,5 dl de vinagre branco
60 grs. de banha
Confecção:Tempere as bifanas dentro de uma tigela com sal, pimenta, alho picado e o louro cortado aos bocados. Regue com o vinho branco e vinagre misture.Deixe tomar gosto por algumas horas. Leve uma frigideira ao lume com a banha a aquecer. Escorra as bifanas e deite-as na gordura já quente, vá virando com um garfo e em lume forte. Logo que estejam bem passadas, junte a marinada e deixe fervilhar um pouco, até quase desaparecer e ficar quase só gordura. Estão prontas a ser servidas no pão com a molhenga de Vendas Novas (conhecida por mostarda).
A minha não é muito diferente. Já conhecia o segredo da banha, porque uma vez vi virarem meio quilo dela para cima de uma firigideira no Beira Gare. Segundo me explicaram, a banha só deve ser posta quando o molho estiver a secar. Isto significa obviamente que a frigideira nunca é lavada porque nunca fica vazia, se estivermos a falar de um clássico das bifanas, como o Beira Gare, em frente à Estação do Rossio. Ou seja, um dos segredos das bifanas, como sempre ouvi dizer, é lavar o mínimo de vezes possível a frigideira onde são feitas.
Outro pormenor que me chamou a atenção foi o vinagre. Tendo já o vinho branco para o corte de gordura não compreendo para que servirá. Além de que a mostarda, o molho obrigatório para a bifana, tem uma boa percentagem de vinagre.
Há dois preciosimos que não estão nesta receita. O primeiro, é que o pão deve ser papo-seco e deve ser ligeiramente torrado. O segundo tem a ver com o instrumento utilizado para a bifana. Muita gente pensa que a bifana deve ser frita. Mas não é. A bifana deve ser quase cozida em banha de porco, ou quando muito lentamente frita. Não se preocupem com a gordura. O corte da gordura deve ser feito pela mostarda e pela cerveja que é acompanhamento obrigatório.
Outra coisa: Vendas Novas não é a capital da bifana. A capital da bifana é Lisboa, cidade sobre a qual é possível estabelecer um roteiro das catedrais da bifana, como em tempos andei a tentar fazer. Nunca se sabe se não volto a esse projecto.
10 comentários:
Lisboa é de facto a capital de muita coisa.
Seria impossível inumerar a quantidade de coisas de que Lisboa é capital.
Até poderá ser possível fazer um roteiro de catedrais da bifana em Lisboa, não duvido.
Mas Lisboa não é a capital da Bifana.
Mas, a verdade é que lisboa não é conhecida pelas suas bifanas, a verdade é que lisboa pela quantidade perdeu a qualidade, a verdade é que em lisboa não se encontra carne que mereça esse nome (não basta saber cozinhar, é necessário ter os ingredientes em condições).
Certamente, será possível encontrar em Lisboa Bifanas saborosas e inesquecíveis, mas essas serão a excepção.
Se for a Vendas Novas verá que não necessita de roteiro, basta precorrer as ruas e facilmente identifica os múltiplos monumentos à Bifana, estão no centro e na periferia, estão por todo o lado.
Aliás, não consta que autocarros parem de propósito em Lisboa única e simplesmente se deliciarem com um petisco chamado Bifana, tal como sucede em Vendas Novas.
E, neste caso, onde há fumo, há fogo.
A fama deriva da qualidade e da tradição de um produto que em Vendas Novas é rei.
Assim, permita-me discordar profundamente da sua análise: Vendas Novas é e continará a ser a capital da Bifana.
Não há centralismo que impeça a constatação desta realidade.
Esqueci-me do seguinte:
O blog Bifanologia é uma pérola da blogesfera politicamente comprometida com a Bifana.
Coisa objectivamente incompreendida pelos defensores de uma gestão centralista da Bifana.
Quanto a mim, resta-me dizer que quanto muito Lisboa é a capital do Prego.
(Ainda que o Prego seja um famoso restaurante vendasnovense)
relmente e a melhor bifana a do beira gare,so kr lamentar a parte das frigideiras,e k convido a ver kts estao smp ao lume,sao lavadas 2vezes ao dia pelo menos,pois é,é relmente a melhor bifana k ha
Vendas Novas é a capital das Bifanas e o resto é conversa. Dizer que Lisboa é a capital das bifanas é, no mínimo, triste, caríssimo. Vou imensas vezes a Lisboa (sempre com um pit stop no caminho à ida e outro à volta adivinhe-se onde) e nunca comi lá uma bifana de jeito... Agora em Vendas Novas é um autêntico culto à bifana, invejo-os por isso pois adoro esse petisco!
Eu sou fã do Café Boavista, mas quando esse está fechado também não me queixo de nenhum outro! Grande abraço e obrigado pela receita!
vai a um sitio k eu ca sei pah!!! voces de lisboa tem a mania que lisboa é tudo e k em lisboa ha tudo de bom e atrações...pois enganam-se k em lisboa nao ha assim tudo voces tem é inveja querem a fama toda pa voces!!! As bifanas de vendas novas já tem fama ha muitos anos e ja existem ainda ha mais anos do que quando começaram a fazer fama por isso calem e comam k é bem bom....
a receita das bifanas de vendas novas tem algum marisco? ou algum molho que eles utilizam, sabem se tem marisco? É que eu sou alérgica ao marisco e...
Obrigada
a receita das bifanas de vendas novas tem algum marisco? ou algum molho que eles utilizam, sabem se tem marisco? É que eu sou alérgica ao marisco e...
Obrigada
A ´capital' do prego devia ser, historicamente falando, a Praia das Maçãs. Quanto a catedrais da bifana em Lisboa, além do Beira Gare, cito a desaparecida Berlenga. Aí sim!
Complementando sobre o prego e a Praia das Maçãs:
http://tudodenovoaocidente.blogs.sapo.pt/origem-sintrense-do-petisco-chamado-102935
e aqui
http://riodasmacas.blogspot.pt/2006/07/taberna-de-manuel-prego-na-praia-das.html
Quanto à Beira Gare e Berlenga, voto polegar para cima
Quanto à Casa das Bifanas e às de Torres Novas, achei desenxabidas e secas, polegar para baixo. Gostos pessoais.
Lembro-me ainda que há tempos o Miguel Esteves Cardoso publicou uma crónica sobre as ditas cujas:
http://lifestyle.publico.pt/pontalingua/335992_a-demanda-de-uma-boa-bifana-apos-anos-de-castigos-e-privacoes-e-recompensada-por-uma-rarissima-apari
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