26.9.07
Ter ou não ter
17.9.07
Em busca do verdadeiro molho à bolonhesa
Há várias receitas de molho à bolonhesa, conforme o gosto de cada um. Isso é mentira, assim como também há só uma receita de cozido à portuguesa. O molho à bolonhesa é o nome comum do “ragù bolognese”. Acreditem, porque descobri, em Bolonha, na esplanada de um restaurante ao sol, que andava a ser enganado há anos. E, enquanto arrotava o lambrusco, a àgua com gás, e aquele delicioso molho de carne, pelas ruas velhas da cidade italiana, encontrei o dito molho à venda, dentro de frascos, como se fosse conserva, em diversas mercearias como o “verdadeiro”. Daí até fazer as minhas pesquisas e descobrir a receita (e não uma delas) foi só uma questão de me dar ao trabalho. Como os italianos não brincam em serviço com o seu património gastronómico, a Accademia Italiana della Cucina depositou na Câmara de Comércio de Bolonha a receita clássica do ragù. Eu experimentei e faz toda a diferença. O mais notável é a proporção de tomate para a carne, completamente contrária ao que se costuma fazer - é mais carne do que tomate. A outra grande diferença é a introdução de natas. Eu não sou muito amante, mas experimentem sem e com. E não vale a pena fazer com polpa de tomate portuguesa, porque não fica o mesmo. Comprem Polpabella, que é a melhor e acompanhem com tagliatelli em vez de esparguete.
"Ragù classico Bolognese"
Ingredientes:
300 g de aba de boi
150 de pancetta distesa (bacon enrolado)
50 g de cenoura
50 de talo de aipo
50 de cebola
5 colheres de molho puro de tomate e 20 g de concentrado triplo de tomate
1/2 copo de vinho branco ou tinto
1 copo de natas
Procedimento:
Frita-se a pancetta bem triturada com uma faca. Junta-se a verdura bem triturada e deixa-se refogar lentamente. Junta-se a carne passada e deixa-se fritar até quase queimar (ponto italiano de sfrigola). Mete-se o vinho e o tomate e deixa-se ferver durante duas horas, temperando e adicionando as natas ao longo da fervura.
10.9.07
100 dicas para emagrecer
Cristas de Galo
Cristas de galo assadas num dos melhores... não, mesmo o melhor blog sobre comida que há: o Ideas in Food. Receitas originais, como esta (poderia ser mais original?), boa escrita e um talento para a fotografia que me faz morrer de inveja.
Já agora, ao lado, nos links, o "A la cuisine", nem sempre actualizado, e a revista Relish, que promove o amor da América por comida - faz-me sempre lembrar as tartes de abóbora a arrefecer à janela.
6.9.07
Sagres vs Superbock
O motivo é simples: a Scotish & Newcastle é dona da Central de Cervejas (Sagres) e a Carlsberg tem 46% da Unicer (Superbock). Se este negócio for para a frente, ambas as marcas ficarão no mesmo dono. E, sabendo como o mercado responde a estes casos, o mais provável é que uma delas desapareça. O problema é saber qual.
O mercado de cervejas português é destas marcas. Em conjunto, têm 74,7% do mercado, tornando praticamente impossível uma verdadeira disputa para um novo produto que apareça. A Superbock tem 37,7% e a Sagres tem 37,0%, de acordo com dados da Nielsen para Maio. É uma diferença de décimas, mas não contempla o perído de maior consumo - o Verão - nem o sucesso dos festivais de música.
A Superbock tem inevitavelmente uma maior taxa de progressão. Basta pensar que esta cerveja do Norte tem vindo aos poucos a introduzir no sul do país, sobretudo entre as camadas jovens. Pelo contrário, a Sagres nunca se introduziu verdadeiramente no Norte do país. Não há muito tempo, quando estava em Braga, conheci várias pessoas que nunca tinham bebido uma Sagres e que desconheciam o que era uma mini! Outra desvantagem é que tem uma imagem associada à pausa do fim do dia de um pedreiro e por isso penetra com maior dificuldade junto dos consumidores jovens.
Agora eu. Por mim, a Superbock pode desaparecer. É verdade que foi durante anos a minha cerveja preferida, até que por uma questão de militância sulista preferi a Sagres. Mas uma certa pessoa fez-me ver a luz e provou-me que a Sagres era cientificamente melhor. Factos: aquece mais devagar depois de aberta, não altera o trânsito intestinal, é de longe melhor na imperial e é mais amarga. De qualquer forma, não gosto de monopólios. Acho saudável que exista esta guerra enre as duas marcas e fico comovido com a divisão Norte/Sul do mercado, como se fossem produtos tão específicos como os coentros no Sul ou a truta no Norte.
(consultar a história da cerveja portuguesa aqui)