15.9.08

Ervilhas: duas histórias

A primeira tem a ver com uma sopa rica de peixe de que já aqui tinha falado. Nela, cabiam as ervilhas, o que me causou perplexidade na altura mas saboroso paladar e um aspecto visual muito interessante por causa das bolinhas verdes no caldo vermelho. 
Regressei ao restaurante há pouco tempo e de propósito para comer a sopa. Pedi um branco gelado para acompanhar. A sopa chegou e já não trazia ervilhas. Primeiro pensei que não era altura delas. Depois, coloquei a hipótese de estar a divagar e a sopa nunca ter tido ervilhas.
Perguntei ao empregado o que se passava e ele confirmou que sim, a receita anterior tinha ervilhas. Esta era uma nova receita. "E o que é acha dela?", perguntou. "Não gosto tanto". Não era só a falta dos legumes. Era também o caldo passado à varinha e traçado com farinha para aveludar. Uma merda é o que é. A procura de encontrar os sabores para toda a gente e facilitar a digestão. Perder os sabores originais, é o que é.
Por outro lado, esta semana comi, em casa da Sandra, arroz à valenciana com ervilhas. Em minha casa nunca se pôs, mas que ficam bem, ficam. Espero que não desapareça da receita, ainda mais se forem caseiras e grandes como aquelas. 
O que desapareceu duma receita, mas sobretudo por minha culpa, foram as ervilhas do arroz de coelho. Antigamente detestava ervilhas, achava que eram verdura concentrada em esferas, o que desculpem lá mas é verdade, mas hoje em dia gosto e se for no prato mais inóspito, melhor. Menos em arroz branco e com cenouras, que isso é comida de refeitório. 

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